Na literatura médica a relação médico-paciente (R.M-P) permanece como o âmago do exercício profissional, uma vez que a comunicação entre tais pólos se torna cada vez mais escassa, à medida que progridem os avanços técnico-científicos. A bioética tem proporcionado à ética médica prática, meios para o estabelecimento de calorosas discussões, e estimulado reflexões sobre os valores fundamentais da profissão, entre os quais sublinhamos o valor da comunicação na R.M-P. Na medida em que a bioética contribui para o exercício da cidadania, a sociedade tem demonstrado crescente interesse no conceito do que vem a ser um "bom médico", o que tem elevado o destaque do tema "comunicação na R.M-P", como caminho para a cura. Nesta linha o presente texto fundamenta reflexões, à luz da Bioética, da comunicação na R.M-P, utilizando a técnica de "Focus Group" e tendo como voluntários pais, estudantes de medicina e intensivistas. Durante as entrevistas e a aplicação dos questionários se procurou identificar a participação efetiva dos pais no diálogo médico-paciente. A interpretação dos dados obtidos demonstrou, na população estudada, a falta de comunicação na R.M-P e a necessidade de reflexão sobre a valorização da comunicação como ferramenta para a humanização e o agir ético.